Emissão de gases poluentes: Uma tendência ultrapassada que destrói nosso planeta5 min read
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Em 2020, o número de veículos elétricos (VEs) em circulação no mundo ultrapassou a marca de dez milhões. Em 2021, já havia mais de 16 milhões de VEs circulando pelas estradas. Esse rápido crescimento da frota demonstra que os carros a bateria vêm ganhando um merecido espaço no mercado automotivo.
Com a maior visibilidade do setor, surgem diversos questionamentos sobre o quanto veículos movidos a energia elétrica são benéficos para o meio ambiente. Este texto pretende responder à tal questão.
Eficiência energética e meio ambiente
De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o custo, em termos de emissão de carbono, é maior em um carro elétrico do que em um carro a combustão. Porém, esse mesmo estudo afirma que, em longo prazo, o carro elétrico emite, de maneira considerável, menor quantidade de carbono por quilômetro rodado, o que o torna uma opção muito mais sustentável. Segundo Florian Knobloch, membro do Cambridge Centre for Environment, Energy and Natural Resource Governanc, isso é visto como um “investimento” que se paga com o passar dos anos.
Vamos mostrar essa dinâmica de uma maneira mais visual. Observe:
A emissão de carbono por carros a combustão ultrapassa, de forma rápida, a emissão por veículos elétricos. Essa produção inicial maior ocorre em função da manufatura da bateria.
Vale lembrar que esse estudo não leva em consideração o custo ambiental de extração, refinamento e transporte do petróleo, usado para fazer a gasolina e o óleo diesel.
Para colocar em perspectiva, a extração em apenas um posto de petróleo, em um mês, demanda energia o suficiente para viajar aproximadamente 99 vezes de Florianópolis a São Paulo em um carro elétrico. E isso sem considerar o refino e o transporte do petróleo. Todo esse processo faz dos combustíveis fósseis, derivados do petróleo, os grandes responsáveis pela poluição atmosférica e, por consequência, do solo e das águas.
Por outro lado, a eletricidade não precisa de ser extraída do solo, refinada, transportada em caminhões ou navios, ou bombeada ao longo de quilômetros de oleodutos. A eletricidade vai da fonte para o consumidor final por meio de linhas de transmissão.
Em termos de eficiência energética, os veículos a combustão deixam muito a desejar, principalmente quando comparados aos veículos elétricos. Apenas 30% da energia gerada é consumida pelo carro com motor a combustão, sendo o resto dissipado em forma de calor. No caso dos VEs, a eficiência energética chega em 95%. Do ponto de vista ambiental, os veículos elétricos são consideravelmente menos danosos.
Perspectivas do mercado de veículos elétricos são animadoras
Embora os veículos a combustão ainda sejam maioria, assim como 95% dos países ainda têm nos combustíveis fósseis sua principal fonte de energia, a 22ª edição da Pesquisa Executiva Anual do Setor Automotivo Global 2021 (GAES) mostrou que especialistas globais em mercado automotivo acreditam que até 2030, 41% dos veículos novos comercializados no Brasil serão elétricos. A mesma pesquisa apontou que, na Índia, os elétricos responderão por 39% dos veículos novos comercializados até o fim da década e, no mesmo período, deverão ser 50% dos carros vendidos no Japão, na China, dos Estados Unidos e nos países da Europa Ocidental.
Na medida em que aumentam o uso de modais limpos e renováveis de energia elétrica, como a eólica e a fotovoltaica – outra tendência global do setor energético –, a indústria automobilística tende a explorar novos potenciais e a incentivar a recarga da bateria dos automóveis por fontes renováveis, tornando seu uso ainda mais sustentável.
O gráfico abaixo, produzido pelo relatório de emissão de carbono da Volvo para o modelo C40 Recharge, mostra o quanto a produção de carbono diminui quando se carrega um VE a partir de uma fonte renovável.
Os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e desempenho na indústria automobilística são constantes e, a cada ano, novas baterias são produzidas e aprimoradas para que se tornem mais eficientes, menos poluentes e mais baratas, facilitando a aquisição desses automóveis pelo público.
Se, por um lado, ainda há um longo caminho a ser percorrido para vivermos em um ambiente mais sustentável, por outro, podemos perceber as transformações acontecendo em tempo real, de forma constante, e os avanços e esforços da indústria automobilística têm papel fundamental nesse processo.